Pus-me detidamente a observá-los. Os olhinhos cheios de vida da sua criança de colo não desgrudavam de meu sorriso de adulto. Êle, com aparência jovial , magro, sem barriga, aparência de 40 anos , provocou a minha pergunta: seu filhinho? E a resposta , de imediato , num tom cheio de ternura e pleno de afeto, não se fez esperar: não, minha neta ! Aproximei-me e entabulamos conversação animada e amena. Descobri que êle,como eu, já se aproximava dos sessenta anos e que aquela adorável criança era do sexo feminino, mas, sobretudo era a sua primeira neta. Além de continuidade biológica, e a memória genética é um patrimônio legítimo dos seres humanos, aquela criança representava para êle fator do mais puro amor. Amor que se expressava na proteção constante , no apoio material possível aos avós economicamente resolvidos, na mais completa identidade, na mais perfeita aliança de natureza espiritual, biológica e de continuidade cultural.Falará a minha língua e expressar-se-á na língua dos meus pais e do meu povo; calçará sapatos e caminhará por caminhos diversos e comporá uma história nova; dará as contribuições possíveis `a pátria e ao povo, estudará e evoluirá e um dia será mãe e será avó. Abracei-o e dele despedi-me e o vi afastar-se com passos firmes e decididos a carregar no colo a esperança de uma humanidade melhor e harmonica e capaz de construir um mundo de paz. Deus, na sua infinita misericórdia, seja louvado!
Meu caro amigo desconhecido, agradeço-lhe pela tolerância e pela boa vontade. Não sei o seu nome e isto não me parece importante. Guardei na minha alma, entretanto, o facies de carinho, humanidade e riqueza de sentimentos expressos por você e sua neta. Sejam felizes ! oldecir marques
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