"TODA SOCIEDADE SE AFERRA A UM MITO E VIVE POR ÊLE. O NOSSO MITO É O DO CRESCIMENTO ECONÔMICO"- Tim Jackson

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

DENGUE EM BAURU



A maioria absoluta da população sabe o que fazer para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Mesmo assim, a cidade está cheia de larvas do inseto - em alerta do Ministério da Saúde, Bauru é a terceira do Estado com os piores índices de infestação. A atuação de vizinhos, que denunciam o descaso de alguns, aliada à mobilização dos grupos de fiscalização são as maiores armas da saúde pública contra a doença.

Porém, muitos continuam a ignorar os apelos para o combate ao inseto. Dos cerca de 100 endereços classificados como críticos pela Secretaria Municipal de Saúde, 10 foram notificados por oferecerem condições de proliferação ao mosquito no ano passado.

De acordo com Heloísa Lombardi, diretora do Departamento de Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde, o último levantamento aponta que a cidade tem 87 endereços considerados estratégicos pelo departamento. O número costuma variar entre 80 e 100, devido à rotatividade de alguns negócios.

São estabelecimentos que se caracterizam pelo alto potencial de risco de proliferação do mosquito, como borracharias, ferros-velhos, pátios de lojas de materiais de construção. Enfim, atividades que envolvam a existência de possíveis criadouros do inseto.

Sabendo desse risco, esses estabelecimentos são fiscalizados a cada 15 dias pelos agentes da secretaria. “Além da inspeção, os agentes ainda fazem a redução mecânica de possíveis criadouros. É um trabalho minucioso, que inclui aplicação de inseticida e furar recipientes que possam acumular água”, explica Lombardi.

Mesmo com uma marcação tão cerrada, 10 estabelecimentos comerciais foram notificados pelo alto risco de proliferação do mosquito no ano passado. Lombardi destaca que esses pontos em potencial representam um grande risco. Caso a notificação não obtenha resultado, ou seja, o proprietário do local não faça a retirada dos possíveis criadouros, o responsável poderá ser autuado e a multa pode chegar a R$ 4,5 mil.

“Você pode ter a sua casa em ordem, sem criadouros. Mas se na região existe algum local com infestação, toda a área está em risco. O mosquito tem um alcance de voo de 200 metros. Além disso, ele pode ser transportado ainda larva para um lugar e, quando eclodir, iniciar um outro ponto de infestação, numa parte diferente da cidade”, destaca Lombardi.

E a expectativa para Bauru no caso de dengue não é das melhores. Se em 2009 o número de casos foi reduzido, com 23 pacientes positivos, 2010 pode ser um dos piores índices da história. De acordo com reportagem publicada com exclusividade pelo Jornal da Cidade em novembro passado, a infestação do Aedes aegypti em Bauru era a pior da década.

Na época, equipes de controle de vetores da Vigilância Sanitária realizaram a avaliação de densidade larvária (ADL) do transmissor da dengue em 2009 e registraram Índice de Breteau de 4,95%. Ou seja, a média é de que a cada 100 residências, cinco estavam infectadas. Em anos anteriores, esse índice foi até menor que 1%.


Vizinhança

Além de manter os quintais livres de possíveis focos de proliferação do mosquito, muitos bauruenses costumam alertar o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) sobre terrenos, imóveis abandonados e possíveis focos do mosquito em suas vizinhanças. “Além da preocupação sobre uma possível infestação, é mais fácil para vizinhos visualizarem quintais de imóveis abandonados que tragam algum risco”, observa Lombardi.


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Autuações

O código sanitário de Bauru estabelece um procedimento padrão para ser seguido em casos de denúncias sobre riscos à saúde pública, como terrenos, estabelecimentos e residências com possíveis infestações por Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue.

Após ser vistoriado, é elaborado um auto de infração que discrimina o artigo infringido e informa que há prazo de 15 dias para recurso. Heloísa Lombardi, diretora do Departamento de Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde, destaca que há alguns casos de higiene, por exemplo, onde a necessidade é de interdição imediata.

Porém, quando há prazo para defesa, o notificado pode reparar o dano e comunicar ao departamento. “Queremos melhorar a condição de saúde pública. Por isso, preferimos que os notificados se regularizem. Nosso objetivo é que o problema seja resolvido. Queremos que a pessoa limpe seu terreno, destrua os possíveis criadouros”, observa.

Caso o recurso seja indeferido, ou o responsável não entre com a medida, há a lavratura de recolhimento de multa. Se não pagar em 30 dias, o valor entra na dívida ativa da prefeitura e ele será cobrado por isso. Os valores variam de R$ 150,00 a R$ 4,5 mil. “Se é uma situação de reincidência, o caso pode ser considerado gravíssimo e a multa é mais pesada”, destaca.

Fonte JCNet Lígia Ligabue
Bauru,São Paulo, tem aproximadamente, 640km2 e população em torno de 360mil almas e problemas muito semelhantes aos de Feira de Santana.Apesar de ter apresentado apenas 23 confirmações em 2009, as perspectivas para 2010 são, no mínimo, preocupantes. Há possibilidade de resistência aos larvicidas usuais com elevada sobrevivência de larvas e consequente efeito rebote. oldecir


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